Os parélios e os círculos solares são fenômenos ópticos atmosféricos que produzem efeitos visuais espetaculares no céu.
Eles ocorrem devido à refração e reflexão da luz solar por cristais de gelo suspensos na atmosfera, criando manchas brilhantes (parélios) ou halos luminosos ao redor do Sol. Para os astrofotógrafos, capturar essas formações pode resultar em imagens deslumbrantes e únicas.
Neste artigo, você aprenderá como identificar, planejar e fotografar parélios e círculos solares com a melhor configuração e técnica.
O Que São Parélios e Círculos Solares?
☀️Parélios (Sundogs)
Os parélios, também chamados de “cães do Sol” (sundogs), são dois pontos brilhantes que aparecem de cada lado do Sol, normalmente a 22 graus de distância.
Eles ocorrem quando a luz solar é refratada por cristais de gelo hexagonais na atmosfera, geralmente em altitudes elevadas, dentro de nuvens cirros. Os parélios podem apresentar coloração avermelhada no lado mais próximo do Sol e azulada no lado oposto.
💫 Círculos Solares e Halos
Os círculos solares, ou halos solares, são anéis luminosos que envolvem o Sol, podendo ter diferentes diâmetros e intensidades. O mais comum é o halo de 22 graus, que ocorre devido à refração da luz nos cristais de gelo.
Em condições ideais, halos maiores e mais complexos podem surgir, como o halo de 46 graus ou até fenômenos múltiplos envolvendo arcos e cruzamentos luminosos.
Melhores Condições para Fotografar Parélios e Halos
Para capturar esses fenômenos com qualidade, é importante saber quando e onde observá-los.
⏳ Horário e Condições Climáticas
Os parélios e halos solares podem ocorrer a qualquer hora do dia, mas são mais visíveis quando o Sol está entre 10 e 40 graus de altura no céu.
Eles são comuns em dias frios e secos, quando há muitos cristais de gelo suspensos na atmosfera. Após tempestades ou frentes frias, as chances de ocorrência aumentam.
📍 Localização e Poluição Luminosa
Embora esses fenômenos possam ser vistos de qualquer lugar, locais com céu limpo e sem muita poluição atmosférica são ideais para uma visualização mais nítida e uma captura de maior qualidade.
Equipamentos para Capturar Parélios e Halos Solares
1. Câmera
🔶 DSLR ou Mirrorless com bom alcance dinâmico
🔶 Câmeras compactas e celulares também podem ser usados, desde que tenham controle manual da exposição
🔶 Exposição: 10ms a 50ms (ajuste para evitar saturação)
🔶 Abertura: f/10 a f/20 (dependendo do telescópio)
🔶 Formato: RAW (para melhor controle na edição)
2. Lentes
📷 Grande angular (14mm a 24mm) para capturar halos completos no enquadramento
🔭 Lente teleobjetiva (70mm a 200mm) para capturar detalhes específicos dos parélios
3. Filtros
🔶 Filtro polarizador pode ajudar a realçar contrastes e diminuir reflexos indesejados
🔶 Filtro ND (Densidade Neutra) pode ser útil para reduzir a intensidade do brilho solar
4. Tripé e Disparador Remoto
🔭 O uso de um tripé pode estabilizar a captura, principalmente em condições de baixa luminosidade
🕹️ Disparador remoto evita tremores ao pressionar o obturador
Configurações Ideais da Câmera
Para garantir uma imagem equilibrada, utilize as seguintes configurações:
🔶 Modo de captura: Manual (M)
🔶 Abertura: f/8 a f/16 (para maior profundidade de campo e nitidez)
🔶 ISO: 100 a 400 (para evitar ruído)
🔶 Velocidade do obturador: 1/500s a 1/2000s (para equilibrar a luz intensa do Sol)
🔶 Formato: RAW (para melhor controle na edição)
Se o halo ou parélio for fraco, experimente aumentar ligeiramente a exposição para capturar mais detalhes na edição.
Técnicas para Melhorar a Captura
1. Uso de Composição Criativa
🌃 Inclua elementos do horizonte, como montanhas, árvores ou prédios, para dar escala ao fenômeno
👤 Se possível, capture a silhueta de uma pessoa olhando para o fenômeno para criar impacto visual
2. Evite Superexposição
A luz solar intensa pode facilmente estourar a exposição da foto. Use a compensação de exposição (-1EV ou -2EV) para preservar detalhes e evitar áreas excessivamente brancas.
3. Captura em Múltiplas Exposições (HDR)
Se houver uma grande diferença entre a luminosidade do céu e do halo/parélio, use a técnica HDR (High Dynamic Range) tirando 3 ou mais fotos em diferentes exposições e combinando-as no pós-processamento.
Pós-Processamento: Como Melhorar sua Foto de Parélios e Halos
1. Ajuste de Contraste e Nitidez
Use programas como Lightroom, Photoshop ou GIMP para:
📱 Aumentar o contraste para destacar melhor o halo ou os parélios
📱 Realçar as cores, se o efeito for muito sutil
2. Remoção de Reflexos e Flares Indesejados
Se houver reflexos indesejados na lente, use a ferramenta de remoção de manchas no Photoshop para limpar a imagem.
3. Redução de Ruído e Ajustes de Cores
Se a imagem tiver ruído devido ao ISO alto, utilize ferramentas como Topaz DeNoise AI para suavizar a granulação sem perder detalhes.
Casos Famosos de Halos e Parélios
📸 Parélio duplo em Estocolmo, Suécia (2017) – Um dos registros mais impressionantes do fenômeno
📸 Halo solar na Antártica – Um dos locais onde halos múltiplos são frequentemente vistos devido às condições atmosféricas
📸 Parélio observado durante o pôr do sol nos EUA (2021) – Imagem viral de um sundog intensamente colorido
Conclusão: A Beleza dos Fenômenos Atmosféricos
Fotografar parélios e círculos solares é uma experiência gratificante para qualquer astrofotógrafo. Esses fenômenos ópticos, além de belíssimos, representam a interação da luz solar com a atmosfera terrestre de uma forma única.
Com planejamento adequado, o equipamento certo e as técnicas corretas de captura e edição, é possível registrar imagens impressionantes desses eventos naturais.